Rag, rag à moda dos bons velhos tempos de Coimbra
Disse quem assistiu ao concerto do ensemble de RAG TIME da Tuna Académica da Universidade de Coimbra que foi uma noite fantástica. As duas dúzias de músicos que compunham a formação, entre trompetistas, trombonistas, trompistas, saxofonistas, 1 pianista, um baixista, um guitarrista de jazz e um baterista frenético, encheram de cor e brilho o salão mais nobre dos Paços do Concelho transformando-o num daqueles lugares mágicos que nas décadas loucas do século passado estavam na berlinda em Nova Iorque, Londres, Paris, Berlim e Coimbra, é claro.
Foi esse ar da cidade de Coimbra de outros tempos que os 24, futuros engenheiros, advogados, médicos e alguns professores vieram trazer ao Festival da Maia, sempre com aquela marca inconfundível da irreverência e refinado sentido de humor, ora cáustico, ora terno e condescendente, mas sempre bem educado, como é apanágio dos membros da Academia Coimbrã.
Num dado
momento do concerto, já muito perto do fim, o regente da Big Band
lançou o repto ao público e convidou-o a dançar ao ritmo de um bom Fox
Trot, um Cha-cha-cha e até de um bom Rock’n Roll ao jeito do Rei Elvis
Presley.
Apesar da média etária rondar aí os
45-50 anos, a verdade é que foram muitos os espectadores que não
resistiram ao impulso rítmico daquela música contagiante e saltaram
para a pista improvisada, dançando com toda a alegria, mostrando todos
os seus dotes para as danças de salão. Registado para a posteridade
este momento histórico do Festival de Música da Maia ficará para os
anais da vida cultural maiata, como o concerto em que público e
artistas se envolveram numa diálise autêntica, espontânea e muito bonita de se
ver.
Como seria de esperar, os tunos instrumentistas não deixaram os seus
créditos vocais por mãos alheias e fizeram soar e ecoar por toda a
sala, com o máximo vigor e entusiasmo que gostam de – Tequilla!...